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quarta-feira, 1 de maio de 2024

Olá! Quanto tempo...

Quase dois anos sem entrar aqui...

Algumas coisas mudaram, outras nem tanto.

Passei um tempo sem escrever, pois estava focada em concluir minha pós-graduação em Filosofia Clínica. 

Pós concluída agora posso retomar minha vida literária, que embora não seja genial, me dá vida.

domingo, 7 de agosto de 2022

E, de repente, me vejo trabalhando animada no meu próximo livro.
Durante 1 ano não toquei nele com a alma, com ânimo (animus?), sendo que já estava quase pronto, mas como finalizar algo se não há inspiração? 
Um livro não é algo que se faz de forma mecânica, é necessário a voz própria que cada livro tem. 
E essa voz havia se calado. Cheguei a pensar: será que acabou minha relação com os livros? 
Felizmente não.  


segunda-feira, 19 de abril de 2021

Novo livro chegando

 Flores na Estrada busca ser páginas de esperança.

Vivemos tempos difíceis, e é quando a vida mais pesa, que tempera-lá com poesia, música, arte, gentileza, sonho... pode trazer alívio, nos lembrando que no caminho há pedras, mas há também flores.

Nos próximos dias estarei recebendo os primeiros exemplares. Para adquirir diretamente comigo é 20 reais (sem acrescimo de correio, ele é por minha conta). Também pode ser encontrado na loja da Uiclap e da Amazon



sábado, 3 de abril de 2021

O jardim público

 Rubem Alves escreveu um texto belíssimo onde comparava a política com um jardim. Transcrevo o texto pois é uma reflexão útil para todos nós.

"De todas as vocações, a política é a mais nobre. Vocação, do latim vocare, quer dizer chamado. Vocação é um chamado interior de amor: chamado de amor por um ‘fazer’. No lugar desse ‘fazer’ o vocacionado quer ‘fazer amor’ com o mundo. Psicologia de amante: faria, mesmo que não ganhasse nada.

‘Política’ vem de polis, cidade. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade.

Talvez por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam com cidades: sonhavam com jardins. Quem mora no deserto sonha com oasis. Deus não criou uma cidade. Ele criou um jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu ‘o que é política?’, ele nos responderia, ‘a arte da jardinagem aplicada às coisas públicas’.

O político por vocação é um apaixonado pelo grande jardim para todos. Seu amor é tão grande que ele abre mão do pequeno jardim que ele poderia plantar para si mesmo. De que vale um pequeno jardim se à sua volta está o deserto? É preciso que o deserto inteiro se transforme em jardim.

Amo a minha vocação, que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem amor mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um poeta forte: ele tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade. A vocação política é transformar sonhos em realidade. É uma vocação tão feliz que Platão sugeriu que os políticos não precisam possuir nada: bastar-lhes-ia o grande jardim para todos. Seria indigno que o jardineiro tivesse um espaço privilegiado, melhor e diferente do espaço ocupado por todos. Conheci e conheço muitos políticos por vocação. Sua vida foi e continua a ser um motivo de esperança.

Vocação é diferente de profissão. Na vocação a pessoa encontra a felicidade na própria ação. Na profissão o prazer se encontra não na ação. O prazer está no ganho que dela se deriva. O homem movido pela vocação é um amante. Faz amor com a amada pela alegria de fazer amor. O profissional não ama a mulher. Ele ama o dinheiro que recebe dela. É um gigolô.

Todas as vocações podem ser transformadas em profissões O jardineiro por vocação ama o jardim de todos. O jardineiro por profissão usa o jardim de todos para construir seu jardim privado, ainda que, para que isso aconteça, ao seu redor aumente o deserto e o sofrimento.

Assim é a política. São muitos os políticos profissionais. Posso, então, enunciar minha segunda tese: de todas as profissões, a profissão política é a mais vil. O que explica o desencanto total do povo, em relação à política. Guimarães Rosa, perguntado por Günter Lorenz se ele se considerava político, respondeu: ‘Eu jamais poderia ser político com toda essa charlatanice da realidade… Ao contrário dos ‘legítimos’ políticos, acredito no homem e lhe desejo um futuro. O político pensa apenas em minutos. Sou escritor e penso em eternidades. Eu penso na ressurreição do homem.’ Quem pensa em minutos não tem paciência para plantar árvores. Uma árvore leva muitos anos para crescer. É mais lucrativo cortá-las.

Nosso futuro depende dessa luta entre políticos por vocação e políticos por profissão. O triste é que muitos que sentem o chamado da política não têm coragem de atendê-lo, por medo da vergonha de serem confundidos com gigolôs e de terem de conviver com gigolôs.

Escrevo para vocês, jovens, para seduzi-los à vocação política. Talvez haja jardineiros adormecidos dentro de vocês. A escuta da vocação é difícil, porque ela é perturbada pela gritaria das escolhas esperadas, normais, medicina, engenharia, computação, direito, ciência. Todas elas, legítimas, se forem vocação. Mas todas elas afunilantes: vão colocá-los num pequeno canto do jardim, muito distante do lugar onde o destino do jardim é decidido. Não seria muito mais fascinante participar dos destinos do jardim?

Acabamos de celebrar os 500 anos do descobrimento do Brasil. Os descobridores, ao chegar, não encontraram um jardim. Encontraram uma selva. Selva não é jardim. Selvas são cruéis e insensíveis, indiferentes ao sofrimento e à morte. Uma selva é uma parte da natureza ainda não tocada pela mão do homem. Aquela selva poderia ter sido transformada num jardim. Não foi. Os que sobre ela agiram não eram jardineiros. Eram lenhadores e madeireiros. E foi assim que a selva, que poderia ter se tornado jardim para a felicidade de todos, foi sendo transformada em desertos salpicados de luxuriantes jardins privados onde uns poucos encontram vida e prazer.

Há descobrimentos de origens. Mais belos são os descobrimentos de destinos. Talvez, então, se os políticos por vocação se apossarem do jardim, poderemos começar a traçar um novo destino. Então, ao invés de desertos e jardins privados, teremos um grande jardim para todos, obra de homens que tiveram o amor e a paciência de plantar árvores à cuja sombra nunca se assentariam." 

terça-feira, 2 de março de 2021

Quando a inspiração não vem

 As vezes a inspiração não vem, e normal é que seja assim.

As vezes nosso foco está em outras coisas, mas do nada a inspiração surge, como um pássaro bonito a plainar no céu.

As vezes por mais que a busquemos, ela não vem... e tudo bem!

domingo, 24 de janeiro de 2021

Bifurcação

Quando andamos um bocado, a ponto de conseguirmos olhar para trás e perceber os momentos em que nossa vida estava em uma bifurcação, somos tomados por um espanto e uma interrogação.

O que teria sido de mim se ao invés de seguir na direção que segui, eu tivesse escolhido o outro caminho?

Talvez por hoje ser domingo.Talvez por eu estar hoje imersa em um saudosismo. Talvez por perceber que não valorizei no tempo propício algumas situações. Sei que hoje está bem claro alguns desses momentos determinantes onde eu poderia ter seguido outra jornada.

O que fazer com isso agora a não ser tentar ficar atenta para perceber quando eu estiver na próxima bifurcação?  

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Tempo

Não conheço o segredo do tempo. 

As vezes ele parece passar rápido, quando percebemos o dia que mal começou, já findou.

Outras vezes ele parece lento, ao meio da tarde já existiu tanto dia e ainda há longas horas até o seu final.

Já busquei espalhar as atividades em horas fixas diárias. Por alguns dias chegou a funcionar. Mas quando menos espero, lá se vai a ordem. 

Não sei se devo seguir no fluxo, fazendo a tarefa que naquele momento faz minha mente e coração pulsar, ou se deve forçar e seguir um cronograma.

Talvez o espaço fixo de uma agenda não seja meu modo natural.