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segunda-feira, 19 de abril de 2021

Novo livro chegando

 Flores na Estrada busca ser páginas de esperança.

Vivemos tempos difíceis, e é quando a vida mais pesa, que tempera-lá com poesia, música, arte, gentileza, sonho... pode trazer alívio, nos lembrando que no caminho há pedras, mas há também flores.

Nos próximos dias estarei recebendo os primeiros exemplares. Para adquirir diretamente comigo é 20 reais (sem acrescimo de correio, ele é por minha conta). Também pode ser encontrado na loja da Uiclap e da Amazon



sábado, 3 de abril de 2021

O jardim público

 Rubem Alves escreveu um texto belíssimo onde comparava a política com um jardim. Transcrevo o texto pois é uma reflexão útil para todos nós.

"De todas as vocações, a política é a mais nobre. Vocação, do latim vocare, quer dizer chamado. Vocação é um chamado interior de amor: chamado de amor por um ‘fazer’. No lugar desse ‘fazer’ o vocacionado quer ‘fazer amor’ com o mundo. Psicologia de amante: faria, mesmo que não ganhasse nada.

‘Política’ vem de polis, cidade. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade.

Talvez por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam com cidades: sonhavam com jardins. Quem mora no deserto sonha com oasis. Deus não criou uma cidade. Ele criou um jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu ‘o que é política?’, ele nos responderia, ‘a arte da jardinagem aplicada às coisas públicas’.

O político por vocação é um apaixonado pelo grande jardim para todos. Seu amor é tão grande que ele abre mão do pequeno jardim que ele poderia plantar para si mesmo. De que vale um pequeno jardim se à sua volta está o deserto? É preciso que o deserto inteiro se transforme em jardim.

Amo a minha vocação, que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem amor mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um poeta forte: ele tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade. A vocação política é transformar sonhos em realidade. É uma vocação tão feliz que Platão sugeriu que os políticos não precisam possuir nada: bastar-lhes-ia o grande jardim para todos. Seria indigno que o jardineiro tivesse um espaço privilegiado, melhor e diferente do espaço ocupado por todos. Conheci e conheço muitos políticos por vocação. Sua vida foi e continua a ser um motivo de esperança.

Vocação é diferente de profissão. Na vocação a pessoa encontra a felicidade na própria ação. Na profissão o prazer se encontra não na ação. O prazer está no ganho que dela se deriva. O homem movido pela vocação é um amante. Faz amor com a amada pela alegria de fazer amor. O profissional não ama a mulher. Ele ama o dinheiro que recebe dela. É um gigolô.

Todas as vocações podem ser transformadas em profissões O jardineiro por vocação ama o jardim de todos. O jardineiro por profissão usa o jardim de todos para construir seu jardim privado, ainda que, para que isso aconteça, ao seu redor aumente o deserto e o sofrimento.

Assim é a política. São muitos os políticos profissionais. Posso, então, enunciar minha segunda tese: de todas as profissões, a profissão política é a mais vil. O que explica o desencanto total do povo, em relação à política. Guimarães Rosa, perguntado por Günter Lorenz se ele se considerava político, respondeu: ‘Eu jamais poderia ser político com toda essa charlatanice da realidade… Ao contrário dos ‘legítimos’ políticos, acredito no homem e lhe desejo um futuro. O político pensa apenas em minutos. Sou escritor e penso em eternidades. Eu penso na ressurreição do homem.’ Quem pensa em minutos não tem paciência para plantar árvores. Uma árvore leva muitos anos para crescer. É mais lucrativo cortá-las.

Nosso futuro depende dessa luta entre políticos por vocação e políticos por profissão. O triste é que muitos que sentem o chamado da política não têm coragem de atendê-lo, por medo da vergonha de serem confundidos com gigolôs e de terem de conviver com gigolôs.

Escrevo para vocês, jovens, para seduzi-los à vocação política. Talvez haja jardineiros adormecidos dentro de vocês. A escuta da vocação é difícil, porque ela é perturbada pela gritaria das escolhas esperadas, normais, medicina, engenharia, computação, direito, ciência. Todas elas, legítimas, se forem vocação. Mas todas elas afunilantes: vão colocá-los num pequeno canto do jardim, muito distante do lugar onde o destino do jardim é decidido. Não seria muito mais fascinante participar dos destinos do jardim?

Acabamos de celebrar os 500 anos do descobrimento do Brasil. Os descobridores, ao chegar, não encontraram um jardim. Encontraram uma selva. Selva não é jardim. Selvas são cruéis e insensíveis, indiferentes ao sofrimento e à morte. Uma selva é uma parte da natureza ainda não tocada pela mão do homem. Aquela selva poderia ter sido transformada num jardim. Não foi. Os que sobre ela agiram não eram jardineiros. Eram lenhadores e madeireiros. E foi assim que a selva, que poderia ter se tornado jardim para a felicidade de todos, foi sendo transformada em desertos salpicados de luxuriantes jardins privados onde uns poucos encontram vida e prazer.

Há descobrimentos de origens. Mais belos são os descobrimentos de destinos. Talvez, então, se os políticos por vocação se apossarem do jardim, poderemos começar a traçar um novo destino. Então, ao invés de desertos e jardins privados, teremos um grande jardim para todos, obra de homens que tiveram o amor e a paciência de plantar árvores à cuja sombra nunca se assentariam." 

terça-feira, 2 de março de 2021

Quando a inspiração não vem

 As vezes a inspiração não vem, e normal é que seja assim.

As vezes nosso foco está em outras coisas, mas do nada a inspiração surge, como um pássaro bonito a plainar no céu.

As vezes por mais que a busquemos, ela não vem... e tudo bem!

domingo, 24 de janeiro de 2021

Bifurcação

Quando andamos um bocado, a ponto de conseguirmos olhar para trás e perceber os momentos em que nossa vida estava em uma bifurcação, somos tomados por um espanto e uma interrogação.

O que teria sido de mim se ao invés de seguir na direção que segui, eu tivesse escolhido o outro caminho?

Talvez por hoje ser domingo.Talvez por eu estar hoje imersa em um saudosismo. Talvez por perceber que não valorizei no tempo propício algumas situações. Sei que hoje está bem claro alguns desses momentos determinantes onde eu poderia ter seguido outra jornada.

O que fazer com isso agora a não ser tentar ficar atenta para perceber quando eu estiver na próxima bifurcação?  

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Tempo

Não conheço o segredo do tempo. 

As vezes ele parece passar rápido, quando percebemos o dia que mal começou, já findou.

Outras vezes ele parece lento, ao meio da tarde já existiu tanto dia e ainda há longas horas até o seu final.

Já busquei espalhar as atividades em horas fixas diárias. Por alguns dias chegou a funcionar. Mas quando menos espero, lá se vai a ordem. 

Não sei se devo seguir no fluxo, fazendo a tarefa que naquele momento faz minha mente e coração pulsar, ou se deve forçar e seguir um cronograma.

Talvez o espaço fixo de uma agenda não seja meu modo natural.

sábado, 16 de janeiro de 2021

MARIÁ, A MARIA-FUMAÇA DESGOVERNADA

Quando criança, um dos meus passeios preferidos aos finais de semana, era o passeio de Maria-Fumaça.

Lembro como se fosse hoje: eu, minha mãe, minha tia Sônia e meu primo, no vagão restaurante brincando de Escravos de Jó.

A Maria-Fumaça saía de Campinas e ia até Jaguariuna. Ao longo do caminho, se não me engano, havia paradas. Uma delas era em um local onde vários carros e vagões fora de uso ficavam.

Recentemente, conversando sobre os pensamentos com um amigo budista, ele os comparou com um trem desgovernado. Fui desenvolvendo essa ideia, realizei algumas pesquisas e assim surgiu "MARIÁ, A MARIA-FUMAÇA DESGOVERNADA".

Aquele primo das viagens infantis de Maria-Fumaça fez as ilustrações.

Ao final do livro coloquei alguns dados históricos sobre ela. 

O livro pode ser encontrado na Amazon em três versões:

1- Livro em papel fotográfico colorido: 

https://amzn.to/3iiWaQk

2- Livro em papel branco e preto, para que a criança possa colorir:

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3- Formato digital:

https://amzn.to/3nPJul8




quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Mudança

Há anos eu pensava em mudar de cidade.

Passei aproximadamente os últimos 7 anos, em uma cidadezinha do centro oeste paulista, longe da minha família e dos meus amigos mais antigos.

Claro que fiz novos amigos lá. Amigos que seguirão comigo, além do tempo e do espaço.

Na pequena casa onde morava, criei minha zona de conforto, embora desconfortável.

Como foi difícil alçar vôo!

Mas estava ficando intolerável, uma parte de mim nem estava mais lá.

Nos últimos tempos eu evitei até conhecer novas pessoas, pois imagina só se eu me apaixonasse por alguém... como é que eu poderia então mudar?

Então me isolei. E olha que isso não foi difícil, pois coincidiu com o isolamento social imposto pela Covid 19.

Isolada fazia planos, buscava caminho, enfrentava meus medos.

O desconhecido da mudança me assustava.

Fui me preparando, me desfazendo de algumas coisas, buscando me organizar e harmonizar.

Quanto mais eu organizava, mais coisas eu percebia que faltavam para dar o último salto.

Nessa busca, me desiludi muitas vezes. Parecia que eu nunca ia conseguir. Me sentia abatida.

Mas aconteceu.

O caminho surgiu e eu mudei.

No novo lugar, percebi que muito daquele medo que eu sentia, era infundado.

No novo lugar encontrei paz e um solo propício para continuar.


quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Poemas Relegados. Quando a pedra deixada de lado é a mais bonita

Poemas Relegados surgiu no início da pandemia da Covid 19, durante aqueles primeiros dias aonde quase ninguém saía para a rua.

Mas os poemas deste livro não foram todos escritos durante a quarentena. Parte deles são anteriores... só que trazem algo em comum com ela: a espera!

A espera de poema que queria se tornar livro, mas que foi sendo deixado de lado, até que enfim, o seu dia chegou e livro virou!

Quantas esperas às vezes guardamos conosco? Espera para viver, espera para experimentar, espera para sentir, espera para conhecer, espera para descobrir, espera para tocar, espera para ver, espera para estar, em um outro momento e em um outro lugar.

A foto que ilustra essa postagem foi tirada durante aqueles dias de isolamento social.

Hoje, meses depois, ainda estamos em meio a pandemia, em meio a tempestade.

Algumas coisas desse tempo só conseguiremos compreender quando a tempestade já tiver passado.

Quando tudo isso for uma lembrança, que nela persista uma flor... uma flor brotada da espera... uma flor de esperança.

Deixo aqui os links para quem quiser adquirir pela Amazon:

eBook

Livro em papel




Ciúme. Que bicho é esse?

Seguindo a descrição de cada livro, agora é a vez do "Ciúme. Que bicho é esse?".

Quem conhece o ciúme? Quem só o sente na hora que quer sentir? Não é ele sorrateiro, aparecendo em momentos impróprios, apertando o peito? 

Difícil encontrar quem o gosta de sentir.  

Fácil achar quem daria muita coisa para nunca mais o experimentar.

Em "Ciúme. Que bicho é esse?" sigo a ideia de que quando conhecemos um pouco sobre algo, esse algo pode perder o poder sobre nós. 

Inicio o livro com um pouco de mitologia grega, para você ver como ele é antigo... Dois mitos distintos mostram quando o ciúme é baseado em fatos reais e quando ele é baseado em algo irreal.

Em seguida, vamos para Filosofia. Pois é, filósofos célebres também trataram dele.

A segunda parte vem com outras reflexões.

Em cada parte, trechos de músicas ilustram o tema e o tornam algo comum a todos nós.

Espero que gostem deste ensaio sobre o Ciúme.

Abaixo os links para adquirir o livro digital ou físico pela Amazon: 

eBook

Livro em papel 


 

Sabe quando passa tanto tempo, que quando voltamos a ver algo, nos surpreendemos?

Aconteceu isso hoje comigo.

Acordei pensando: estou com vontade de utilizar mais o blog, vou atualizá-lo. 

A surpresa foi que eu não lembrava das últimas atualizações que havia feito nele :) e foi uma surpresa boa!

Realmente não podemos confiar totalmente em nossa memória. 

Aliás tem um documentário na Netflix chamado "Explicando a mente" que fala também sobre isso. Ainda não assisti, mas já deixei na minha lista.